Reflexão sobre a morte
Chega-te a essa cova aberta, vê esse esqueleto mirrado e corrupto: eis quanto resta de um homen que talvez conheceste, e que não pensava mais na morte, há poucos anos, do que tu, e se ocupava mais que das suas riquezas, das dos seus e do estabelecimento de sua família. Vai agora à sua casa e vê o que ali se passa. Herdeiros indiferentes gozam dos bens que ele tinha acumulado e trabalham para juntar outros: e na morte, nem sequer pensam.
Resta, todavia,alguma coisa daquele homen e a campa não escondeu todo inteiro. Tinha ele uma alma, alma resgatada com o sangue de Jesus Cristo: Onde está ela? No mesmo instante que separou do corpo recebeu imutável morada, ou no céu com glória ditosa, ou no inferno sem esperança de alívio.
Terrível, tremenda alternativa!
À vista disto continuarás ainda a viver embaraçado nos cuidados do mundo? Diferirás ainda tua conversão? Dirás porventura: Amanhã aida será tempo? Insensato! Esse tempo que abusas vai fugindo de tí, enquanto tu dizer: Amanhã, amanhã! Entretanto chega a eternidade, e o amanhã e a conversão nunca chega!...
Dai-me, senhor, tempo para conhecer e chorar minhas culpas "antes que vá à terra da escuridão e da sombra da morte: trespassai de vosso temor a minha carne: vossos juízos me fazem tremer!"
Ó meu bom Jesus, lume dos meus olhos, luz da minha ignorância, resplendor que alUmias minha cegueira, ensinai-me o segredo de vossos caminhos para que aprenda todos os dias a morrer e que na hora do meu trânsito seja o começo de uma vida melhor.
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