terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EFEITOS DA INFLAÇÃO SOBRE O PODER DE COMPRA DA MOEDA CORRENTE


A inflação no Plano Real, medida pela variação do IPCA do IBGE de 1 de julho de 1994 a 1 de fevereiro de 2012, foi de 299,26%, praticamente 300%. Com isso, a nossa cédula de maior valor, a de R$ 100,00, perdeu 75% do seu poder de compra desde a sua emissão, ou seja, ela compra hoje apenas 25% dos bens e serviços que adquiria em julho de 1994. Fazer a conta não é complicado; o problema é entender essa questão do ponto de vista eminentemente prático. E é o que nos propomos a fazer neste trabalho.
Para se obter a perda do poder aquisitivo de uma cédula de qualquer valor, relativamente ao seu poder de compra em uma data passada, basta dividir o seu valor nominal por um fator correspondente a 1 + o percentual de inflação referente ao período, ou seja:
PC =     VN / (1+ inf)
em que PC é o poder de compra, VN é o valor nominal da cédula e inf a taxa de inflação do período, expressa na forma unitária ou decimal. No caso do exemplo citado tem-se que:
PC=      100,00/ (1+ 300%) = 100,00/ (1+3) = 100,00/ 4 = 25,00
Portando uma cédula de R$ 100,00 compra hoje, em quantidade de bens e serviços, o que você comprava em 1 de julho de 1994 com R$ 25,00. Sem a intenção de fazer trocadilho, pode-se afirmar que nesse período, em termos reais, a nota de R$ 100,00 perdeu 75% do seu poder de compra. De forma análoga, a moeda de R$ 1,00 compra hoje o que se comprava com a moeda de 25 centavos em julho de 1994.
Outro exemplo: nos últimos 5 anos (de janeiro de 2007 a janeiro de 2012) a inflação medida pelo IPCA foi de 30,32%. Pergunta-se: qual foi a perda do poder de compra de uma cédula de R$ 100,00 nesse período?
Solução:
PC=      100,00/ (1+ 30,32%) = 100,00/ (1+0,3032) = 100,00/ 1,3032 = 76,73
Esse resultado indica que aquilo que você comprava em janeiro deste ano com R$100,00, você compraria por R$ 76,73 em janeiro de 2007. Portanto, a cédula de R$ 100,00 perdeu 23,27% do seu poder de compra no período.

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